É fundamental criar sistemas com elevado grau de usabilidade, ou seja, que possam ser explorados ao máximo em qualquer dispositivo (smartphone, desktop, entre outros). Por outro lado, o cuidado com a segurança da informação não pode ser descartado em hipótese alguma. Em virtude disso, muitas empresas estão adotando o Privacy By Design ao desenvolver softwares.
Essa postura tem uma ligação direta com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que estabelece uma série de procedimentos para as instituições administrarem os dados armazenados. Caso haja problemas relacionados com o roubo ou o vazamento de dados, uma companhia pode ser multada em até R$ 50 milhões ou 2% do faturamento.
Neste artigo, vamos destacar uma série de aspectos relacionados com procedimentos vitais para desenvolver softwares seguros e com elevado grau de usabilidade. Confira!
Entenda como o conceito de Privacy by design surgiu
Também denominada de PbD, o Privacy by Design consiste em uma metodologia elaborada pela Dra. Ann Cavoukian, cuja meta é manter a privacidade de informações dos clientes obtidas pelas corporações.
Embora tenha sido criado antes dos anos 2000, esse método passou apenas a ter uma maior aplicação a partir de 2010, na Europa e nos Estados Unidos. Com o aumento de problemas relacionados à segurança da informação no mundo inteiro, as empresas e Governos perceberam que era necessário adotar ações para minimizar os danos.
Esse cenário colaborou para que o Privacy by Design fosse implementado, já que as corporações precisam trabalhar com dados pessoais dos consumidores de forma adequada, garantindo a privacidade e a proteção, elementos vitais para compras mais seguras tanto no ambiente online quanto no presencial.
Ao adotar essa mentalidade, torna-se mais fácil priorizar boas práticas de desenvolvimento de software, com o objetivo de reduzir ao máximo as vulnerabilidades que possam ser exploradas por cibercriminosos.
Esse aspecto mostra que existe uma relação entre o Privacy by Design e a segurança da informação. Afinal, desde a idealização do sistema até a implantação, há um foco em seguir parâmetros que garantem um elevado grau de proteção dos dados.
No Brasil, a preocupação em desenvolver um software seguro e de fácil utilização ganhou força com a LGPD. Atualmente, as empresas sabem que devem estar adequadas a essa norma para minimizar os riscos de perda ou vazamento de dados.
Esse aspecto explica o motivo de muitas companhias criarem produtos ou serviços digitais, pensando em alternativas para captar os dados pessoais de usuários, sem ignorar a necessidade de mantê-los altamente seguros.
Com o avanço de métodos adotados pelos cibercriminosos para obter ganhos indevidos, a adoção do Privacy by Design tornou-se uma prática bastante indicada, porque contribui para implantar os procedimentos mais consistentes de segurança da informação.
Privacy by Design x Privacy by Default: conheça as particularidades de cada um
São dois conceitos que praticamente se complementam e que atuam para evitar que sistemas sejam lançados no mercado com vulnerabilidades que podem ser facilmente percebidas pelos criminosos digitais.
Com relação ao Privacy by Design, é válido destacar que esse mecanismo apresenta várias características marcantes. Uma delas é a capacidade de prever e antecipar situações que possam afetar negativamente a privacidade do cidadão. Por isso, são priorizadas ações como análise de riscos, desenvolvimento de correções de falhas e monitoramento constante.
Outro ponto marcante desse conceito abrange o foco em ter como padrão a privacidade dos dados pessoais de um cliente. Nesse caso, o usuário não precisa fazer ajustes nas funcionalidades de um sistema para garantir que as informações dele apenas serão compartilhadas, caso autorize.
Por essa razão, a privacidade é peça-chave em todos os projetos que envolvem o Privacy by Design. Se uma ferramenta não for desenvolvida com base nesse conceito, os riscos de haver problemas relacionados com o roubo ou vazamento de dados são bem maiores.
Mais um aspecto determinante dessa metodologia contempla a convergência com os interesses dos usuários em proteger as informações. Em outras palavras, o desenvolvimento de um software é centrado principalmente na demanda do cidadão, que deseja ter acesso rápido, seguro e prático às informações.
Na Privacy by Design, há uma preocupação com a segurança dos dados desde os trabalhos de coleta até o descarte. Essa preocupação ainda engloba as atividades de compartilhamento com terceiros, caso haja autorização do titular dos dados.
Para isso ser devidamente concretizado, é necessário que o software tenha uma funcionalidade para informar ao titular como as informações dele estão sendo coletadas, armazenadas e disponibilizadas. Dessa forma, há uma maior transparência no uso dos dados, fator primordial para uma empresa conquistar a confiança do público-alvo.
Privacy by default: entenda ainda mais
É possível afirmar que essa prática é uma consequência do Privacy by Design. Isso porque esse conceito trabalha com a teoria de que o produto ou serviço deve ser criado e recebido pelo usuário com todos os requisitos de segurança adotados durante o desenvolvimento.
Em outras palavras, todas as ações para manter a privacidade desde o início da criação de uma ferramenta devem ser mantidas quando ela está disponível para os usuários. Sem dúvida, essa é uma prática importante para os dados estarem mais protegidos.
Todo esse trabalho inclui a necessidade de optar por um elevado grau de privacidade, desde o início da idealização do projeto. Dessa forma, apenas os dados cruciais para a prestação do serviço ou entrega do produto precisam ser coletados.
Mesmo assim, é importante ter o cuidado de avisar para o cidadão quais informações estão sendo armazenadas e como elas podem ser utilizadas. Essa iniciativa dá espaço para o usuário optar por determinar o grau de privacidade dos dados pessoais em um sistema.
Como implementar Privacy by Design em seus projetos de desenvolvimento
Para implementar o Privacy by Design de acordo com as melhores práticas do mercado é essencial que haja um treinamento da equipe de desenvolvedores. Não basta conhecimento técnico para colocar esse conceito em prática, pois também é necessário compreender o foco da LGPD em preservar as informações dos clientes.
Se está em busca de mais conhecimento sobre as tendências da Tecnologia da Informação e de desenvolvimento de softwares, acesse o nosso blog agora mesmo. Com certeza, temos conteúdos que vão agregar bastante valor à sua carreira e ao seu negócio!