Para se manter em dia com as suas obrigações fiscais, sejam elas federais, estaduais ou municipais, é preciso estar sempre atualizado nas mudanças que a Receita Federal implementa.
E o SPED Fiscal se enquadra nesse campo, por estar dentro de um grande sistema que detalha e informa todas as atividades, econômicas ou não, da empresa.
A tecnologia aqui surge como uma aliada, para facilitar e otimizar todo o processo, informatizando o envio e contato entre a Receita Federal e seus contribuintes.
Então, para facilitar o entendimento desse processo, que pode ser um tanto quanto complexo, que fizemos esse manual do SPED Fiscal.
O que é SPED?
O Sistema Público de Escrituração Digital, ou SPED, fez parte do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC e surgiu como uma solução tecnológica que visa modernizar o cumprimento das obrigações fiscais
O sistema envia, de forma detalhada, as movimentações da empresa e de seus recursos, entre eles: rendimentos, estoques, serviços, tributos, pessoas e outros.
O SPED está dividido em diversos módulos, cada um com um foco específico:
- CT-e: o novo modelo de documento fiscal eletrônico;
- SPED Fiscal – ICMS/IPI (EFD): arquivo digital constituído de informações referentes aos serviços praticados pelo contribuinte;
- SPED Contribuições (EFD): arquivo digital utilizado por pessoas jurídicas na escrituração da contribuição PIS/Pasep e Confins;
- SPED Contábil (ECD): substituição da escrituração em papel dos livros contábeis, pela versão transmitida digitalmente;
- Escrituração Contábil Fiscal (ECF): substituição da Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ);
- EFD-Reinf: registro dos rendimentos pagos e retenções de Imposto de Renda, Contribuição Social do trabalhador
- Nota Fiscal Eletrônica (NF-e): correspondência da nota fiscal física, em versão eletrônica, para manter e garantir a integridade dos dados do emissor;
- eSocial: unificação das obrigações fiscais trabalhistas;
- e-Financeira: conjunto de arquivos referentes ao módulo de operações financeiras;
- MDF-e: usado para vincular os documentos fiscais transportados na unidade de carga utilizada.
- NFC-e: usado para documentar operações de venda ao consumidor final;
- NFS-e: usado para documentar operações de prestação de serviços;
Você consegue informações completas e consegue tirar possíveis dúvidas sobre os módulos no site do SPED.
O que é SPED Fiscal?
A Escrituração Fiscal Digital (EFD) é o que SPED Fiscal ficou conhecido. É um arquivo digital que lista todos os documentos e informações que devem ser notificadas aos fiscos de nível federal, estadual e municipal.
Como parte integrante do sistema, SPED Fiscal é o que reúne todas as operações e atividades que influenciam direta ou indiretamente nos cálculos do IPI e do ICMS.
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Blocos de Informações do SPED Fiscal
Há um sistema de blocos para separar o envio de informações por “temas” específicos. Assim as informações serão enviadas e se manterão sempre agrupadas e organizadas.
O SPED Fiscal está dividido em dez blocos:
- Bloco 0: Abertura, Identificação e Referências;
- Bloco B: Escrituração e Apuração do ISS;
- Bloco C: Documentos Fiscais I – Mercadorias (ICMS/IPI);
- Bloco D: Documentos Fiscais II – Serviços (ICMS);
- Bloco E: Apuração do ICMS e do IPI;
- Bloco G: Controle do Crédito de ICMS do Ativo Permanente – CIAP;
- Bloco H: Inventário Físico;
- Bloco K: Controle da Produção e do Estoque.
- Bloco 1: Outras Informações;
- Bloco 9: Controle e União;
Bloco 0
Informa os dados cadastrais da empresa, do responsável pela contabilidade, dos clientes e fornecedores, a tabela de produtos e serviços, a listagem de bens ou componentes do Ativo Imobilizado, o plano de contas contábeis e o cadastro de custos.
Bloco B
Anunciado em 2018, está em vigor e é exigido apenas no Distrito Federal, onde existe a Nota Fiscal Eletrônica Conjugada para operações de venda de produtos e serviços.
Assim, a apuração do ICMS IPI passa a ser implementado sob o Imposto Sobre Serviço (ISS) e recolhido através de uma NFS-e.
Bloco C
Esse módulo é responsável por armazenar as informações sobre documentos fiscais como: Nota Fiscal, Nota Fiscal Avulsa, Nota Fiscal de Produtor, NF-e, NFC-e e CF-e SAT.
Bloco E
Visa registrar todo o valor relativo ao ICMS e IPI de operação própria, inclusive nos períodos em que não houver movimentação, e enviar as informações ao Fisco.
Bloco G
É responsável por todo Controle do Crédito do ICMS do Ativo Permanente (CIAP), informando os valores, percentual, a origem do crédito e todas demais informações para finalização do crédito.
Enfim, você vai dizer de onde o dinheiro saiu e provar que ele é real.
Bloco H
É destinado a informar o inventário físico da empresa e discriminação dos valores totais de cada item ou produto. Ou seja, é um registro que visa listar, com valores e especificações, as mercadorias, matérias-primas, embalagens, manufaturas e produtos em fabricação, presentes na empresa durante o balanço.
Bloco K
É um Livro Controle de Produção e Estoque em formato digital, que reúne os registros dos documentos fiscais e de uso interno das empresas e estabelecimentos, sejam eles de entradas e saídas, produção ou estoque.
Em 2019, esse controle se tornou obrigatório para todos os estabelecimentos industriais e atacadistas, a não ser que sejam participantes do Simples Nacional.
Para maiores informações, veja a postagem sobre o Bloco K e o que você precisa saber sobre ele. (link para a postagem.)
Bloco 1
Bloco destinado listagem de informações que são exigidas pelo Fisco, como:
- Registro de Informações e Documentos Fiscais de Exportação;
- Operações de Exportação Indireta;
- Controle e Utilização de Créditos Fiscais;
- Movimentação de Combustíveis;
- Volume de Vendas;
- Conta de Energia Elétrica;
- Total de Operações com Cartão de Crédito e/ou Débito;
- Documentos Fiscais Cancelados e Inutilizados;
- DCTA – Demonstrativo de Crédito do ICMS sobre Transporte Aéreo;
- Informação e Apuração de Incentivos Fiscais e Financeiros.
Bloco 9
Essa última etapa é destinada para reportar os impostos e para finalizar o registro das informações de todos os demais blocos.
Será feita uma varredura no programa, para determinar quais registros devem ser incluídos no arquivo SPED e enviados à Receita Federal.
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Perfis de enquadramento do SPED Fiscal
O Sistema SPED criou o conceito de “perfis de enquadramento” aos informantes do SPED Fiscal. Onde as empresas são separadas em diferentes perfis, seguindo a determinação da SEFAZ de cada estado.
Esses perfis determinam quais registros devem ser realizados pela empresa.
No momento existem três perfis:
- Perfil A: empresas que enviam os registros da forma mais detalhada que o arquivo SPED Fiscal permite;
- Perfil B: empresas que fornecem as informações de forma mais sintética, sendo permitida a separação por período (diário, semanal, mensal);
- Perfil C: ainda mais sintético, essas empresas disponibilizam a versão mais simplificada de sua escrituração.
Considerando que a determinação dos perfis é responsabilidade de cada estado, não há como estabelecer critérios gerais de enquadramento. Dessa forma, há uma opção de consulta no site da SPED, onde é possível descobrir o perfil de enquadramento da sua empresa.
Obrigatoriedade do SPED Fiscal
De acordo com o que SPED Fiscal é, se a empresa for contribuir ao Fisco pelo regime de Lucro Real, ela automaticamente se encaixa nas características.
Para ter certeza se a sua empresa se encaixa na obrigatoriedade do SPED Fiscal, é importante verificar a legislação própria do seu estado.
Mas micro e pequenas empresas que participam do Simples Nacional ainda não fazem parte da obrigatoriedade.
Também é possível conferir se a sua empresa se enquadra, consultando na página mantida pelo Ministério da Fazenda.
https://www.sped.fazenda.gov.br/spedfiscalserver/ConsultaContribuinte/
Prazo para entrega do SPED Fiscal
De acordo com a Receita Federal, a instrução é que o SPED Fiscal precisa ser enviado mensalmente, com as informações relacionadas às atividades daquele mês. As datas variam de acordo com o número dos registros, começando sempre pelo registro inicial (0000).
Porém como a legislação de cada estado determina as datas de entrega, é necessário manter a atenção ao calendário para saber o real prazo para entrega do SPED Fiscal.
Entrega do SPED Fiscal
A entrega é feita através de um arquivo SPED Fiscal e realizada pelo Programa Validador Assinador, o PVA, da EFD ICMS IPI, que foi desenvolvido pela Receita Federal.
O aplicativo é gratuito e de fácil utilização. Ao importar o arquivo, ele realizará automaticamente a validação e a assinatura digital, assim como realizará o envio para os servidores da Receita Federal.
Mas também há a opção de fazer a montagem manual do arquivo SPED Fiscal ou utilizar um software desenvolvido para tal função.
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Caso após toda essa leitura, você acredite que esse trabalho possa ser tão complexo que apenas um manual do SPED Fiscal pode ajudar?
Então acredito que a melhor opção seria escolher uma solução criada para apoiar a sua empresa nesses momentos que não permitem erros.
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